No dia 12 de abril, Dário Meira
completará 50 anos de existência.
Situada na região centro sul da Bahia,
a pequena cidade, que mais parece um presépio, é uma das mais belas cidades do
interior do estado; claro que se comparada às do seu mesmo porte. Rica na sua
biodiversidade, o que a difere das outras, o município poderá se tornar um
grande pólo de desenvolvimento no futuro, isso a longo período, mas crescendo
gradativamente a partir de então. No entanto, a atual situação é ridícula; pois
o município amarga uma triste realidade, ou seja, ainda ocupa uma posição
vergonhosa nos números oficiais, tendo a pobreza e a má qualidade na educação
como principais quadros de vexames, frutos obviamente de uma doença secular
denominada corrupção.
É claro que toda essa miséria e
estupidez que aí esta e a cada dia mais se prolifera, não se resume apenas
nessas duas insídias, diria que o egoísmo, amante submisso do capitalismo, a
cegueira do legislativo no seu tradicional faz-de-conta, e a conivência do seu
próprio povo colaboraram para que o município se estagnasse nas questões
sócio-ambiental, sobretudo no quesito cultural. Porém, no que se refere ao aspecto
econômico, o povo da bela cidade vem demonstrando esforços e capacidade de
desenvolvimento, atitude singular; o que infelizmente, o atual governo não faz,
muito pouco incentiva, e oferece apenas a indiferença como face da sua
verdadeira colaboração.
Idem, é preciso ressaltar que todo esse
atraso que foi causado ao município não foi por acaso ou por que “Deus quis
assim”, infelizmente toda essa catástrofe foi criada por uma corrente do mal,
corrupta e de cara limpa, que teve como objetivo: assaltar os cofres do
município e implementar o desespero na comunidade! Corrente que sempre perdura,
pois a mamata é eterna, enquanto duram os grupos corruptos. No entanto, é
extremamente necessário irrigar a esperança, pois ainda há homens e mulheres de
bem no município, pessoas de valores e idéias que devem ser preservadas e
aproveitadas em prol do bem estar de todos, enquanto a corrente do mal não
seqüestram o nosso rio.
Diante disso, o que podemos fazer para
melhorar a situação? Uma resposta consistente, acredito que seja ter
consciência que o município tem uma divida que não é da comunidade, que
ninguém, senão aqueles que fizeram essa mágica com os descontos do INSS
sumirem, que tem o dever de pagar, se fosse num país serio, pagariam na cadeia. Outra resposta talvez louvável seja enxugar a
máquina, realizar uma audiência pública e administrar com o povo; ou quem sabe
implementar o ecoturismo, já que a região apresenta um cenário perfeito para
essa prática, pois focaria novas políticas de desenvolvimento, principalmente
com sustentabilidade e responsabilidade do gestor. Isso ajudaria a suscitar uma
visão empreendedora na população, onde poderia surgir um amadurecimento
político e provavelmente uma independência, sobretudo moral e espiritual, onde
se questionasse os valores das coisas e os valores dos próprios valores. Aí
talvez surgisse uma reflexão coletiva: “o voto não tem preço, tem
conseqüência”. No entanto, para que tudo isso aconteça, educação de qualidade
tem que ser privilégio, salário compatível para o bom educador ou educadora,
(que me perdoe os professores que embriagam as sementes), implementação de
políticas aliadas às do turismo e à da criança e adolescente, bem como para os
idosos; ainda assim, transparência na administração, menos concentração e privilégios
dos cargos, ousadia para inovar na arquitetura do município, planejamento e
demais políticas e pluralidades de idéias.
Enfim, respeitando a comunidade e a
comunidade tendo mais questionamento, participação e pensamento elevado, o
texto acima descrito e outras propostas que forem implementadas, se não
preparassem a cidade para o centenário, a deixaria melhor e mais humana para o
seu povo.
Ramair Libarino Amaral
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