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quinta-feira, agosto 01, 2013

Judeu ortodoxo drag queen leva ao palco a luta por direitos

Durante o dia, Shahar Hadar é operador de telemarketing. À noite, ele sobe no salto e vira , a estrela de um bar gay na cidade de Tel Aviv, em Israel. O rapaz de 34 anos é uma das poucas drag queens religiosas do país, aluno de uma escola de performances gay. Judeu ortodoxo, Hadar percorreu um longo caminho até convencer a si mesmo do que gostaria de ser na vida.
Vivendo em uma comunidade religiosa conservadora, Shahar Hadar tinha tudo para se casar com uma mulher, ter filhos e satisfazer as pressões sociais - e assim o fez. Mas ele não tinha uma vida sexual muito ativa com a mulher e, depois de algum tempo, ela pediu o divórcio. Eles tiveram uma filha, hoje com 11 anos. Mas a mãe proíbe a menina de ver o pai.
- Por mais que eu fugisse disso, os céus deixaram claro para mim quem eu sou - explicou ele, em entrevista à agência de notícias Associated Press.
Quando começou a tomar consciência das própria homossexualidade, aos 19 anos, o israelense se puniu, foi viver em um seminário judeu e passava horas estudando o Torá, na esperança de que isso o impedisse de pensar em homens. De acordo com a AP, depois de ter um caso com um colega de seminário, Hadar foi expulso do local. O israelense foi transferido para outro centro de estudos, onde conheceu a mulher com quem se casou, uma judia ultraortodoxa.
- Eu queria tomar o caminho que Deus ordenou para cada um de nós. Eu não via outra opção. Pensei que o casamento me faria hétero e eu seria curado.
Uma coisas mais difíceis que Hadah teve que fazer foi contar a verdade para a mãe, uma mulher bastante religiosa. Em 2010, ele participou da parada do orgulho gay em Tel Aviv. Ao voltar para casa, sentiu que já era hora de dizer o que sentia. Para a surpresa do israelense, a mãe aceitou bem a notícia.
- Pensei que seria o dia mais negro da minha vida - relembrou ele.
Hadar passou a frequentar bares gays, fez a barba e até cortou as duas grandes mexas de cabelo que pendiam nas laterais da cabeça, para aumentar as chances de encontrar um parceiro. Ele ainda não encontrou o amor, mas alcançou a satisfação pessoal na escola de drag queens em Tel Aviv. Lá, ele aprende a caminhar direito em cima do salto e a se maquiar. Convive em harmonia com soldados israelenses, árabes e judeus - uns ajudam os outros a fechar os sutiãs. Mas Hadar ainda é o único a aparecer nas aulas vestindo um solidéu, uma espécie de pequeno chapéu usado pelos judeus.
A personagem de Shahar Hadar é a mulher de um rabino, uma conselheira judaica. Ela abençoa a plateia e dá conselhos. A filosofia de vida de Rebbetzin Malka Falsche, a drag queen, não é muito diferente da seguida pelo judeu ortodoxo Shahar Hadar. Tanto ele quanto ela abraçam as dificuldades da vida com alegria.



Fonte; Extra Globo 


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